quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A quem é confiado o depósito da fé?

É preciso compreender que o depósito e tesouro da fé, não podem ser deixados à livre interpretação pessoal. Daria confusão, e ninguém saberia onde está a verdade. Deus é Pai e amor. Ele sabe que o ser humano tem a facilidade imensa para manipular a verdade para o próprio uso e consumo, ou para fundamentar as próprias idéias. Por isso Deus, desde sempre, falou-nos através dos profetas e das pessoas escolhidas por Ele, para transmitir o que Ele, o Senhor quer que seja transmitido, mesmo em situações dificeis.
Na plenitude dos tempos nos enviou Jesus, sua Palavra viva e eterna. E Jesus deixou os apóstolos como seus sucessores, com a responsabilidade de ir anúnciar a verdade do Evangelho. A Igreja, recebendo esse tesouro das mãos dos apóstolos, conserva-o através dos tempos. Nós somos os destinatários do depósito da fé, acolhemos as verdades que nos são transmitidas por uma graça especial, através de uma virtude sobrenatural chamada fé. A fé não anula e nem diminui a razão. Não é cega, mas obediente, isto é, capaz de escutar e de acolher com amor, mesmo quando a inteligência não é capaz de compreender realmente os mistérios que nos são anunciados. O povo de Deus acolhe com alegria a verdade da fé e se esforça em vivê-la no seu dia a dia.
A comunhão entre povo e pastores é sempre fecundada pelo amor a Cristo e alimentada pela esperança na construção do Reino. Nunca podemos separar-nos desta comunhão que chega silenciosamente até nós, através dos séculos, sempre límpida, cristalina e sem mudanças substanciais. Cabe, portanto, à Igreja nos ajudar na compreensão da fé, na vivência da fé, e como no hoje da nossa história devemos viver o que cremos. O Espirito Santo é a força presente, a luz que ilumina a Igreja no seu Magistério, isto é, na sua tarefa e missão de ensinar. A Igreja é mestra, chamada a transmitir o que ela mesma recebeu das mãos de Jesus e dos Apóstolos.
Pela união da fé é que somos uma única Igreja, reunida não ao redor de pessoas ou estruturas, mas sim de Cristo. É o que proclamamos sempre que participamos da celebração da Eucaristia: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo. Nunca devemos esquecer-nos à Igreja está confiada esta missão: guardar, anunciar e velar para que nós, homens e mulheres fracos, nunca nos afastemos da única verdade que é Cristo.
Fonte: Catecismo da Igreja Católica nn 84, 91, 94, 99

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