terça-feira, 20 de março de 2007

Ressurreição: confirmação do Caminho de Jesus Cristo

Quando o fracasso total parecia se apresentar no final do caminho, os que seguiam o Mestre da Solidariedade, mulheres e homens, jovens e adultos experimentaram com mais força ainda o Deus que acolhe o caminho da paz, da reconciliação, o caminho do amor como a única opção de Deus para a humanidade. Ele está vivo. A morte não pode impedir o seu projeto. Realiza-se a passagem definitiva, a Páscoa que ultrapassa o ódio, o rancor, a guerra, o egoismo, o pecado que não nos deixa viver a nossa humanidade integralmente como Jesus viveu a sua. O final do caminho terreno de Jesus é um novo começo.
Jesus Cristo aparece na vida de seus amigos. A esperança se refaz, pois Ele está no meio de nós. Ele está onde existe o esforço de resgatar a humanidade para o caminho de Deus. Os relatos evangélicos da ressurreição de Jesus não querem espiritualizar o projeto do Reino de Deus. Os relatos nos mostram que Jesus integralmente considerado está vivo. Ele não é um fantasma e nem apenas um ser humano adotado por Deus. Ele é a própria presença de Deus. Com os olhos da fé os seguidores viram Jesus Ressuscitado confirmando todo o caminho traçado ao longo de sua vida. Os discípulos e discípulas foram testemunhas chave daquilo que podemos crer sem ver como eles viram: Jesus Cristo não aparece mais porque com a sua ressurreição ele revelou que pode ser visto em toda irmã e todo irmão.
A ressureição nos aponta que o caminho da vida plena começa já. O bem que eu faço hoje não se esgota nunca, como mostrou Jesus. Somente o bem ressuscitará. A salvação realizada por Deus no caminho de Jesus é o convite para que desde já nos tornemos um novo homem e uma nova mulher. Liberta-nos do pecado enquanto fonte de todo o mal que podemos realizar. Liberta-nos da confiança exagerada na lei que não nos deixa experimentar a gratuidade do amor que pode ser vivenciado na comunidade daqueles(as) que vivem na graça do Ressuscitado. Quando não confiamos nos amor precisamos mais de lei. Quanto mais lei tem uma comunidade maior é o sinal de que o amor é muito pequenino. Mas, se mergulharmos no mistério do amor revelado na totalidade do caminho de Jesus Cristo podemos exclamar: " Tudo posso naquele que me fortalece". (Fl 4, 13); ou como dizia Santo Agostinho: " Ama e fazes o que queres".
Com a ressurreição nasce a missão. Não devemos ficar olhando para o céu (At 1, 9-11). Aqueles que experimentaram a ressurreição devem ser testemunhas da nova vida transformada pelo AMOR. Amor que, como vimos ao longo do caminho de Jesus, é concreto, objetivo, tem direção. a Ressureição é a confirmação do Reino de Deus testemunhado por Jesus; por isso, hoje ainda podemos realizar a missão como aquele que é o nosso Messias, o ungido, o Cristo de Deus feito homem, e assim mostrar qual é o caminho da salvação.
Matéria extraída do livro Teologia para todos, Autor Celso Pinto Carias . Ed. Vozes

sábado, 10 de março de 2007

Kairós: O tempo de Deus

A Bíblia ensina que há um tempo apropriado para cada coisa e para cada circunstância da vida. Vejamos no livro de Eclesiastes 3, 1-8:
Debaixo do céu há um momento para tudo, e um tempo para certo para cada coisa.

tempo para nascer e para morrer. Tempo para plantar e tempo para arrancar o que foi plantado. Tempo para matar e tempo para curar. Tempo para destruir e tempo para construir. Tempo para chorar e tempo para rir. Tempo para gemer e tempo para dançar. Tempo para jogar pedras e tempo para recolher as pedras jogadas. Tempo para abraçar e tempo para separar. Tempo para procurar e tempo para perder. Tempo para guardar e tempo para jogar fora. Tempo para rasgar e tempo para costurar. Tempo para falar e tempo para calar. Tempo para amar e tempo para odiar. Tempo para a guerra e tempo para a paz.
A partir deste texto podemos inferir no sentido de que a vida do ser humano é limitada a momentos, aos quais ele desconhece, cabendo-lhe, inicialmente, aceitá-los como contingência da sua própria condição de imperfeito e limitado. Diante dessa limitação, é preciso aceitar e buscar o discernimento para entender os mistériosos eventos da vida.
Nas Sagradas Escrituras podemos encontrar inúmeras e seguidas referências ao tempo. Nestas construções há dois tipos de tempo: O tempo cronológico, medido, especificado através de um cronômetro ou datas de um calendário. E o tempo qualificado, oportuno, sem menção de cronologia, aquele tempo mistério, e adequado, que só o Senhor sabe e conhece, e ao qual nos rendemos em fiél e esperançosa expectação.
Kairós é o tempo de Deus; um tempo que só Ele sabe e conhece.
A Bíblia se abre e se fecha com noções de tempo, oportuno, qualificado e misterioso: Vejamos em (Gn 1,1) No começo Deus criou o céu e a terra... Um legítimo Kairós.
(Ap. 22,20) Sim eu venho em breve.... Outro legítimo Kairós. Tempo que só Deus sabe e conhece
A sabedoria popular cunhou diversas expressões cuja profundidade, com o passar dos anos, tomaram-se parte da vida humana, tal a forma inconteste com que manifestam verdades e configuram afirmações. Uma delas é: " O futuro a Deus pertence!" É tão flagrante a realidade dessa afirmação que ninguém ousa desmenti-la, e os próprios ateus usam-na como referência ao desconhecido dos tempos vindouros. De fato, o futuro é incerto, mas Deus conhece seus meandros; Deus sabe a hora e o dia em que tais e tais coisas vão acontecer. Esse tempo, incerto para nós, mas claríssimo para Deus, é o Kairós.
A vida humana está toda ela orientada em função do kairós do Senhor. Vivemos um tempo de espera, libertação e transformação. o kairós é o tempo, é o dia do Senhor, de onde, a cada momento, tiramos sinais e lições de vida.
para as coisas de Deus é preciso fé, paciência e sensibilidade.
quem tem ouvidos para ouvir, que ouça
Matéria extraída do livro KAIRÓS Autor Antônio Mesquita Galvão Editora Vozes

segunda-feira, 5 de março de 2007

As Escrituras

A grande verdade é que as Escrituras só existem em função da vida do ser humano. Se o homem não existisse ou se existindo, fosse incapaz de refletir, para que serviriam as escrituras?

Elas existem para narrar a maturação da vida do homem, desde suas sociedades primitivas, para estabelecer um senso crítico, e para falar das maravilhas de Deus, um Deus que planeja, desde o começo, a felicidade, a libertação e a salvação de seu povo. Neste período, de maturação e crescimento, Deus faz-se presente, para dizer ao homem que a vida não é um "Vale de lagrimas" perene, mas que as desgraças anunciadas ao Adão infrator serão amenizadas num tempo futuro, quando o Criador descerá para libertar seu povo (cf Ex 3, 7-10) e armar sua tenda no meio dele. Entretanto, é bom que se diga, a Escritura não é um livro histórico (ou de história) mas uma narrativa de fundo místico, que narra o amor de Deus pelo ser humano, criatura sua.

domingo, 4 de março de 2007

Conhecer Deus

Toda essa necessidade de conhecer a si próprio e ao próximo leva o homem a conhecer Deus. Embora a adesão ao projeto de Deus se de mediante uma atitude de fé. O fato de querer ama-lo requer de nós um estagio de conhecimento. É preciso conhecer a Deus para ama-lo. como podemos amar alguem a quem não conhecemos? só familiarizando-nos com a Palavra de Deus é que podemos atender às interpeladoras exigências do Evangelho. Esse conhecimento de si, do outro, do cosmo, de Deus e do compromisso, conduz o homem á verdade. Jesus fez-se homem para que os homens tivesse amplo conhecimento da verdade.

texto extraido do livro "Kairós iniciação a teologia dogmática Pastoral" de Antonio Mesquita Galvão. Editora Vozes

sábado, 3 de março de 2007

Salmo 91

Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Todo-Poderoso descansará.
Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.
Porque ele te livra do laço do passarinho, e da peste perniciosa.
Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua verdade é escudo e broquel.
Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia,
nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia.
Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil à tua direita; mas tu não serás atingido.
Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.
Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua habitação,
nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.
Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.
Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.
Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque ele conhece o meu nome.
Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei.
Com longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha salvação.