quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Como se realiza a Tradição Apostólica

A Palavra "Tradição" é uma das mais bonitas e usadas na linguagem teológica da Igreja. não tem a conotação, que às vezes nós lhe damos, de algo superado, antigo e que não serve mais, nem de saudosismo inutil com o passado. A Igreja não tem saudade do passado, ela vê o passado, o presente e o futuro como uma grande ponte. Não se pode construir o hoje sem firmar os pés sobre o passado nem lançar o passo para frente ser ter o pé firme no nosso hoje. Olhe as pontes: elas correm na harmonia para o futuro porque estão bem alicerçadas sobre um ponto anterior.
A palavra tradição tem un sentido muito importante e que devemos compreender: é a transmissão da verdade ou de um fato importante acontecido no passado e que não se pode perder. É a nossa memória viva que guardamos no mais íntimo do nosso coração e que nos faz sentir felizes, porque não estamos caminhando sem fundamento. A transmissão viva da Palavra de Deus através da vivência das pessoas, das palavras, dos testemunhos. A Bíblia, antes de escrita e codificada, foi anunciada e vivida por tantas pessoas. Só mais tarde foi escrita e tomou um corpo bem definido como livro.
Todos temos experiência do que os outros mais velhos no contam de nossa família, de nossa cidade, do povo. A transmissão viva e oral é sempre cheia também de algum fato que não é tão importante e que mais tarde vai desaparecendo. A tradição apostólica se transmite com a Sagrada Escritura, que é anúncio da salvação "Escrito". Veja como é maravilhoso ter o amor pela Bíblia. Hoje todos nós podemos ter uma "Bíblia pessoal" conforme decreto no Concilio Vaticano II "Dei Verbum" o Verbo de Deus, e que devemos amar e cuidar como um sacrário. Nela encontramos a mensagem de Deus, que não perde sua beleza. Quando queremos saber o que Deus quer de nós, devemos consultar as duas paginas da tradição: A tradição oral e a tradição escrita.
Se não houvesse a tradição, nós não teríamos como saber o que aconteceu nem atualizá-lo no nosso hoje. Nada, portanto, de saudosismo do passado, mas sim de busca sincera das raízes da grande árvore que é a presença de Deus na história de hoje. E nós, com a nossa vivência, ja estamos construindo o amanhã.
Fonte: CIC números de 75 a 79
Valdelir Rey Monte
Membro do Centro Diocesano de Formação Teológica

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